quinta-feira, 20 de julho de 2017

DANG

Desde segunda feira eu tô ouvindo a mesma música. Não é aquela coisa de colocar e depois esquecer o YouTube em outras músicas. é ouvir incansavelmente a mesma música.Até sangrar os ouvidos. É a forma que eu tenho encontrado de sumir com a minha realidade bosta.
Todos os dias antes de dormir eu tenho tomado 7 comprimidos. De uma vez só. Num gole. Um pouquinho de água e uma esperança de que o despertador demore um pouquinho mais pra tocar na manhã seguinte. Meu emprego também não é dos melhores. Todos os dias eu acordo às 06:00 pra pegar o ônibus de 07:00.
Mac Miller começa a cantar às 06:00.. DANG... Eu já ouvi as outras músicas do CD, mas essa tá sendo a que me tira da realidade. Acho que tenho que conversar isso com o psiquiatra.
Tem tanto tempo que eu não ia ao psiquiatra que eu nem sabia o quanto esses remédios eram a solução de muitos dos meus problemas.
"where the hell you going?"
Podem ser várias versões da mesma canção, talvez porque eu esteja me perdendo no meio disso tudo, ou porque eu esteja descobrindo muitas coisas ou como são as coisas que sem os remédios que eu tomo de noite eu não sabia.
Durante esses três meses de tratamento eu já perdi alguns quilos e frustrei algumas ideias da minha mãe de me ver magra. minha mãe é gordofóbica, acredita? DANG! Ela era gorda. Fez cirurgia. Ela engordou uma menina que mora lá em casa pra ela também fazer cirurgia de redução de estômago pra ela emagrecer. Era a ideia inicial da minha mãe pra mim também. Mas acho que, mesmo que eu esteja 40 quilos acima do meu peso e eu tenha algumas brigas com o espelho às vezes, na maior parte do tempo eu to de boas com o meu corpo, então eu to preferindo comer, ao invés de cuidar da vida alheia e escutar as gordofobias da minha mãe.
Daqui a pouco eu tenho mais uma consulta. Meu remédio tá acabando. Eu acabei de estourar com a minha tia no telefone. Eu não pretendia fazer isso, mas eu não gosto muito quando defendem as atitudes dos meus pais com pessoas que não são da família e eles preferem ajudar do que pessoas da família que só precisam de uma oportunidade pra poder fazer alguma coisa. Acontece, mas eu tenho que falar com o psiquiatra também, porque eu não posso ser explosiva com as pessoas. Mas isso me fez não ter mais vontade de almoçar com a minha família no almoço do meu próprio aniversário.
Pois é, eu vou fazer 27 anos e ainda não tenho muita coisa do que me orgulhar, a não ser que tem 3 meses que eu tenho me tratado e que eu tenho tido alguns avanços bem grandes. Ainda tenho que acertar a dose do meu remédio, mas nada que mais umas visitas no tio chato não resolvam.
Eu fiquei muito tempo sem escrever, mas foi pq eu decidi que eu vou deixar aqui só pra registrar mesmo o que eu ando sentindo. Não vou fazer com o intuito de entreter ninguém. Até a próxima!

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