quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Admito que perdi

Moska fala por mim 

Se você não suporta mais tanta realidade
Se tudo tanto faz, nada tem finalidade
Então pra quê viver comigo?

Eu não vou ficar pra ver nossa ponte incendiada
Nossa igreja destruída, nossa estrada rachada
Pela grande explosão que pode acontecer no nosso abrigo

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma, mas admito que perdi

E agora vou me perder nesse planeta conhecido
Intuir novos mistérios que ficaram escondidos
Naquelas palavras marcadas na sua carta de Adeus

Meu corpo vai sobreviver mesmo estando ferido
E até na hora de morrer eu não vou me dar por vencido
Porque sei que meus perdões vão estar bem ao lado dos teus

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma, mas admito que perdi



quinta-feira, 20 de julho de 2017

DANG

Desde segunda feira eu tô ouvindo a mesma música. Não é aquela coisa de colocar e depois esquecer o YouTube em outras músicas. é ouvir incansavelmente a mesma música.Até sangrar os ouvidos. É a forma que eu tenho encontrado de sumir com a minha realidade bosta.
Todos os dias antes de dormir eu tenho tomado 7 comprimidos. De uma vez só. Num gole. Um pouquinho de água e uma esperança de que o despertador demore um pouquinho mais pra tocar na manhã seguinte. Meu emprego também não é dos melhores. Todos os dias eu acordo às 06:00 pra pegar o ônibus de 07:00.
Mac Miller começa a cantar às 06:00.. DANG... Eu já ouvi as outras músicas do CD, mas essa tá sendo a que me tira da realidade. Acho que tenho que conversar isso com o psiquiatra.
Tem tanto tempo que eu não ia ao psiquiatra que eu nem sabia o quanto esses remédios eram a solução de muitos dos meus problemas.
"where the hell you going?"
Podem ser várias versões da mesma canção, talvez porque eu esteja me perdendo no meio disso tudo, ou porque eu esteja descobrindo muitas coisas ou como são as coisas que sem os remédios que eu tomo de noite eu não sabia.
Durante esses três meses de tratamento eu já perdi alguns quilos e frustrei algumas ideias da minha mãe de me ver magra. minha mãe é gordofóbica, acredita? DANG! Ela era gorda. Fez cirurgia. Ela engordou uma menina que mora lá em casa pra ela também fazer cirurgia de redução de estômago pra ela emagrecer. Era a ideia inicial da minha mãe pra mim também. Mas acho que, mesmo que eu esteja 40 quilos acima do meu peso e eu tenha algumas brigas com o espelho às vezes, na maior parte do tempo eu to de boas com o meu corpo, então eu to preferindo comer, ao invés de cuidar da vida alheia e escutar as gordofobias da minha mãe.
Daqui a pouco eu tenho mais uma consulta. Meu remédio tá acabando. Eu acabei de estourar com a minha tia no telefone. Eu não pretendia fazer isso, mas eu não gosto muito quando defendem as atitudes dos meus pais com pessoas que não são da família e eles preferem ajudar do que pessoas da família que só precisam de uma oportunidade pra poder fazer alguma coisa. Acontece, mas eu tenho que falar com o psiquiatra também, porque eu não posso ser explosiva com as pessoas. Mas isso me fez não ter mais vontade de almoçar com a minha família no almoço do meu próprio aniversário.
Pois é, eu vou fazer 27 anos e ainda não tenho muita coisa do que me orgulhar, a não ser que tem 3 meses que eu tenho me tratado e que eu tenho tido alguns avanços bem grandes. Ainda tenho que acertar a dose do meu remédio, mas nada que mais umas visitas no tio chato não resolvam.
Eu fiquei muito tempo sem escrever, mas foi pq eu decidi que eu vou deixar aqui só pra registrar mesmo o que eu ando sentindo. Não vou fazer com o intuito de entreter ninguém. Até a próxima!

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Querida depressão

Vamos ser bem sinceras uma com a outra. Eu não gosto de você e você não gosta de mim. Já está bem claro que queremos nos destruir, embora eu queira mais, a meu ver, que você parta sem deixar rastros. Você é bem chata, sabia?
De querida, você não tem nada. Não me deixa dormir, me deixa com cara de morta e me faz querer viver numa bolha. Eu já vi todos os filmes existentes no Netflix. Sabe porque? Eu tava sem assunto com o meu namorado.
Meu cabelo tá caindo e mesmo comendo besteiras, já perdi 7 quilos. Dá pra você? Já fui em 2 médicos, tomo 5 remédios por dia e tenho que colocar no despertador as principais refeições. Já pensei em deixar você acabar comigo.
Eu não sei porque você tá aqui nem qual a lição você quer deixar comigo quando isso tudo acabar. Mas, pega mais leve, miga, eu tô me esforçando bastante pra dar conta do seu ritmo.
Meu corpo tá doendo e minha mente cansada. Me dá uma trégua. Prometo nunca mais te desafiar ou dizer pra quem tá com você que é só uma fase e vai passar... porque você não é só uma fase, é a pior delas e eu não desejo isso pra ninguém. Nem pra você mesma.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

diário de depressão

A luz que entra pelo quarto é vermelha. Vermelha pelo lençol que coloquei na janela. Não aguentava mais ver a luz do sol entrando pelo quarto. Meu corpo já não tem posição pra ficar na cama. Mas força pra levantar eu não tenho. Levanto pra comer. Como o que me dá vontade. Meu prato parece o de uma criança de 6 anos. Os 5 remédios que tenho que tomar estão todos anotados no despertador. É a única parte do dia em que abro os olhos e acendo a luz. Qual a diferença entre o claro e o escuro se os dias são todos iguais?
Desde que fui ao médico, a minha vida tem sido uma grande mistura de nada. Eu acho super engraçada a forma como as coisas são colocadas aqui dentro da minha própria casa. Meu irmão estava com um princípio de depressão. Minha mãe comprou um cachorro. Todo mundo aqui em casa é apaixonado com cachorro. Eu fico assim e ela me compra remédios. Meu irmão está super bem... Eu? bom... Tô aqui na cama.
Hoje é sexta. É dia de trocar de casa. Talvez eu fique um pouco melhor na casa do meu namorado. Mas hoje eu entendo porque pessoas em depressão se matam com uma facilidade enorme.

terça-feira, 19 de julho de 2016

TÔ EM CRISE

Oi Lolly, tudo bem com você?
Por aqui as coisas estão ficando muto pesadas, mas acho que é porque eu tô me permitindo ficar fraca. A depressão tá batendo muito forte nesses dias. E eu não faço a mínima ideia do que eu posso fazer pra poder melhorar.
Algumas coisas estão boas. Muitas pessoas em depressão engordam horrores. Eu tô emagrecendo... Cerca de 200 gramas por dia. Isso pra mim tá sendo bacana. Mas... sei lá

Essa semana aconteceu uma coisa muito chata. Eu matei minha mãe mentalmente. Vou explicar. É que a gente sempre teve briga. A gente sempre teve os nossos problemas. Mas essa semana a gente chegou ao nosso cúmulo. Ela veio me dizer que as coisas seriam muito melhores se eu não estivesse aqui. Seria bem melhor que eu não existisse. Daí pra mim foi o fim. Eu preciso mesmo me desligar da minha família. É por causa dela que eu tô ficando mal. Deixei de lado. Pai, mãe, irmãos, primos, primas, todo mundo. Bloqueei no face, no whatsapp, no twitter, em tudo. Agora sou somente eu. Eu e eu contra o mundo. Foi assim que matei. Eu não quero precisar deles e não quero fazer com que a minha presença aqui seja notada. Eu não precisava mesmo, nunca precisei. Me criei sozinha e vai ser sempre assim a partir de agora.

Dá vontade de mostrar pra todo mundo quem são essas pessoas que moram na minha casa, mas eu prefiro evitar a fadiga de ter que explicar que eu sou diferente porque eu não consigo me contaminar com a maldade deles.

Hoje eu tive muita crise. Mas não tomei remédio. Aaaaah, troquei de psiquiatra. Ele me deu alguns remédios novos e eu preciso me adaptar novamente. Nada que eu não esteja acostumada, né?

Tô sem falar coisa com coisa. Mas eu sei que eu estou em crise, então, releva, Lolly.
Vou olhar o preço dos remédios pra comprar.

Beijos

Mel

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Sumiço, remédios, vida

Oi Lolly, tudo bem?
Por aqui está tudo ótimo e eu tenho que te contar um milhão de coisas, porque eu fiquei bem sumida, né?
Então. Eu sei que eu estava feliz com o meu tratamento, mas depois de três dias de crise de choro compulsivo, resolvi dar um tempo deles pra ver o que estava realmente acontecendo. Desde quinta feira estou sem os remédios e estou me sentindo bem. Bem melhor do que quando tinha minhas crises. Eu percebi que eu não tava tomando os remédios certos, ou que as doses estavam erradas, ou que eu tive mais um diagnóstico errado.
Eu tenho crise quando estou muito estressada. Eu começo a tremer e achar que o mundo está acabando. Mas eu tive várias tomando remédio e bem poucas crises sem ele. Ok, estou assumindo por minha conta o risco de não estar medicada. Mas tô me sentido melhor.
Eu tinha algumas coisas pra resolver na minha vida, do tipo arrumar emprego, tentar começar minha vida sozinha, ver se realmente vou fazer uma cirurgia que mude a minha vida pra sempre e eu tirei esse tempinho pra pensar. Por isso sumi.
A vida às vezes é muito difícil, sabe Lolly. Dá uma vontade enorme de sair correndo. Eu quis esses dias sair correndo. Tava um clima pesadão aqui em casa e mô veio me socorrer e me tirar daqui. Sempre ele... Meu super herói.
Esse fim de senama teve o casamento do meu padrinho, que foi bem legal. Na verdade, por não ter sentado com a minha família (que é um porre) e ter arrumado uma mesa pra dois, foi como um jantar com o mô (e um belo jantar, já que foi de grátis). Palhaçadas à parte, foi bem legal e bem bonito e espero que eles sejam bem felizes.
Essa semana também aconteceu uma coisa bem diferente, digamos assim.
Eu tenho uma amiga que sempre me ajudou em relação às minhas crenças (sou católica não praticante, mas acredito muito em todas as formas de manifestação de energia e poder). Depois de quase um ano sem nos falarmos, eu mandei pra ela uma mensagem contando tudo o que tava me afligindo naquela noite. (era mais uma das minhas crises de choro.) Ela abriu as cartas pra mim e me ajudou. Me senti protegida. Peço a Deus todos os dias pra que Ele possa ajudar e dar forças a todos aqueles que estão com minha amiga pra que ela continue conseguindo fazer tudo que ela faz por mim e por seus protegidos. Dois dias depois foi o casamento do meu padrinho e eu senti algumas coisas que só tinha sentido uma vez. Que foi quando eu vi e senti a manifestação dos outros tipos de energia e de poder.
Hoje tô me sentindo bem leve, talvez por essa sensação de que estou protegida. Quem cuida de mim nunca dorme e eu sei que Ele me ama.
Bom... Eu ainda tenho que fazer algumas coisas e tá quase na hora da minha aula preferida. Vou ficando por aqui. Mas eu volto, tá!? Prometo!

Um beijo e até a próxima!

Mel

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Sou reclamona

Oi Lolly, tudo bem?
Por aqui anda melhor. Melhorei um pouco meu humor. O que não significa que eu esteja um poço de doçura, mas tá dando pro gasto. Essa é a sétima carta e o 18º dia de tratamento. Alguma coisa mudou desde o primeiro dia? Sinceramente? Eu acho que não muito. Algumas coisas mudaram. Minha mãe diz que eu não tô muito falante mais, mas o mô acha que eu tô mais falante sim. Eu tenho ficado mais quieta e sem muita vontade de fazer as coisas. Se eu pudesse ficar na cama dormindo o dia todo, com certeza o faria. Eu tive crise, o que significa que o remédio não tá se comportando como deveria. Eu choro às vezes e isso também não podia acontecer. Hoje, particularmente, eu estou muito sonolenta e queria dormir. Mas essa vontade fica inibida pela fala da minha mãe que diz que tô parecendo um peso morto em casa. Então eu fico parecendo um zumbi dentro de casa, com olheiras horríveis e cara de poucos amigos.
Meu pai ainda não foi comprar as minhas aulas da auto escola. Ele quer que eu marque o exame, mas eu ainda não me sinto preparada pra tal coisa. Tenho certeza que os examinadores têm cara de monstro e eu não vou conseguir fazer nadinha.
Ontem foi aniversário de uma amiga minha e fomos para uma pizzaria. Foi bem legal. O mô foi comigo. ele pediu um Uber pra que eu voltasse pra casa e ele foi de taxi. Ele ainda tá sem carro e isso tá sendo chato pra gente. ele ainda sem carro e eu ainda sem carteira. como não posso beber por causa do rivotril, eu poderia ter levado o carro e estaria tudo bem.
Eu tô ficando com a cabeça vazia e isso tem me deixado um pouco preocupada. não é cabeça vazia por não ter nada pra fazer. É cabeça vazia de às vezes não pensar em nada. Nunca me aconteceu isso. Minha mente sempre foi inquieta, mas agora eu acho que tá quieta demais.
Será que eu vou ter que mudar todo o meu tratamento? Será que a síndrome do pânico pode ser outra coisa que não síndrome do pânico?
Eu tava lendo na internet e os sintomas de síndrome do pânico e stress pós traumático são bem parecidos. E que o stress pós traumático pode levar a um quadro de depressão.
Como disse minha amiga ontem, eu não vou ficar mentalizando isso porque atrai. Eu vou tentar ficar mais focada nas coisas que tenho que concluir e nas metas que coloquei pra mim desde que comecei a fazer visitas ao doutor psiquiatra. Eu só quero me sentir bem por inteiro e não pelas metades.
Eu vou ficando por aqui, Lolly.
Já reclamei demais, né?
Até mais!
Um beijo,

Me