sábado, 25 de junho de 2016

Eu não gosto de frio

Oi Lolly, tudo bem?
Aqui em casa hoje está bem frio, você não tem noção. Diz o termômetro do Google que tá 16°, mas a minha sensação térmica é de -58°. Eu não sei lidar com o frio.
Hoje é sábado. Dia que geralmente eu tô com o mô. Mas por questões de ~eu não queria me irritar com a minha sogra numa viagem estressante~, tô aqui em casa mesmo.
Hoje eu fiquei pensando sobre a minha maneira de lidar com as situações frustrantes da minha vida e eu cheguei à uma conclusão. Vai demorar muito ainda pra que eu aprenda como eu faço pra não me sentir frustrada por tudo.
Ontem eu fiz uma coisa que eu espero que o meu doutor psiquiatra não sonhe que o fiz. Eu dobrei a minha dose de remédio que ele disse que era pra dormir e que eu não durmo. É, tomei 2mg de rivotril. E não dormi.
Tem uns dias que umas coisas aqui em casa estão me irritando fora do comum. Tem uma menina que mora com a gente. Ela era paciente da minha mãe, mas por questões éticas, hoje não é mais. Ela é bem pessimista e acha que o mundo tá contra ela. Ela reclama de tudo, ela acha tudo difícil e acha bem legal "pirraçar" quem tá tentando ajudar.
Essa história seria muito menos dolorosa pra mim se cada uma tivesse seu próprio quarto, mas, pra completar, eu tenho que dividir o quarto com a reclamona. E quando ela tá de ovo virado, sai da frente. Parece que não existe ninguém mais nessa casa, ou que as pessoas que estão aqui não são nada. São como pesos de papel. Ela coloca o som alto dela e não se importa se as pessoas não querem ouvir a mesma coisa que ela. Ela deixa o meu quarto zoneado, e olha que ele nem é grande. Mas, o que mais me irrita é o fato de que a minha mãe sempre fala que vai conversar com ela e vai dar um ultimato - ou ela melhora, ou ela volta pra casa dos parentes dela - mas ela nunca faz isso. Ela sempre encara as coisas como "vai melhorar uma hora, eu tenho certeza, eu não acredito que eu tenho que dar educação pra uma pessoa de 26 anos".
Bom, a minha história não é bem assim. Quando eu precisava de apoio, não consegui isso dentro de casa. Eu sei que eu não fui um exemplo de filha, talvez tenha sido o exemplo a não ser seguido, mas hoje eu sinto que a minha mãe me substituiu. Por ela. E por isso não toma nenhuma atitude.
Eu tô começando a achar que eu tive essas crises de pânico ultimamente por causa disso. Eu me vi completamente sozinha. Se eu não tivesse o mô pra me ajudar quando eu precisei e preciso, eu não sei se teria a ajuda das pessoas de dentro da minha casa. Talvez a questão seja mais profunda que eu imagino.
13 dias de antidepressivo e ainda não sei opinar sobre como estou. Ontem eu tive crise de choro, hoje eu tô com a mesma sensação. As pessoas com quem convivo dizem que estou mais alegre que antes. Mas não sei o quanto isso é bom. Ainda tô em estado de análise. Não tô dormindo direito, nem dobrando a dose do remédio. Já marquei médico e eu preciso conversar com ele sobre essa situação. Eu preciso dormir. Eu não sou feliz sem dormir. Eu tô tendo muita dor de cabeça também. Não posso esquecer de falar isso com ele. Ultimamente não tenho sentido medo e tenho sido mais afetuosa com a minha família e com meus cachorros. Será que isso é um bom sinal?

Eu vou indo, Lolly. Amanhã conversamos mais.
Um beijo,
Mel

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